SANTA FAUSTINA - SECRETÁRIA DA MISERICORDIA





Santa Maria Faustina Kowalska: A “secretária” da Divina Misericórdia AUTOR: IR. MONICA ERIN MACDONALD, EP Decrease Increase

“Secretária do Meu mais profundo mistério”, foi o título dado por Jesus à Santa Maria Faustina Kowalska.

Santa Maria Faustina Kowalska foi uma religiosa da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, nascida no início do século XX, viveu ela profundamente unida a Deus, praticando assim, no dia-a-dia, no silêncio e no sofrimento, as virtudes heroicas que a elevaram à honra dos altares.

Chamada por Deus desde a infância
Helena Kowalska veio ao mundo em 25 de agosto de 1905, na aldeia de Glogowiec, na Polônia, em uma pobre família de camponeses, sendo a terceira de dez filhos. Entretanto, já nos primeiros anos de sua vida, num ambiente familiar intensamente marcado pelo catolicismo, Helena sentiu o desejo de se entregar plenamente a Deus.

Mas foi só aos 18 anos que ela pediu insistentemente autorização aos pais para entrar num convento. Estes, apesar dos ardentes desejos da filha, recusaram-lhe firmemente o pedido.

Helena procurou, então, abafar a voz da vocação, que a perseguia sem cessar, distraindo-se com o que ela chamava de “vaidades da vida”.

O convite decisivo de Santa Faustina
Um dia, estando com uma de suas irmãs num baile, na cidade de Lodz, Helena contudo tentava em vão se divertir como outras moças de sua idade, porém sentia a alma pesada e infeliz. No meio de uma dança, inesperadamente, ela viu a seu lado Nosso Senhor Jesus Cristo, coberto de chagas, e ouviu estas palavras: “Até quando hei de ter paciência contigo e até quando tu Me desiludirás?”.

Muito comovida, em seguida saiu disfarçadamente do baile, entrou numa igreja próxima e caiu prosternada diante do Santíssimo Sacramento, pedindo-Lhe com ardor que desse rumo à sua vida. E ouviu esta resposta: “Vai imediatamente a Varsóvia, e lá entrarás no convento”. 

Vida religiosa de Santa Faustina
Deus prova a quem ama. Assim, em Varsóvia, foi recusada em diversos mosteiros. Não desistiu, e afinal foi aceita – no dia 1º de agosto de 1925 – na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, que se dedicava à reabilitação de mulheres de má vida e à educação de jovens em situação de risco. 

Além disso, o noviciado foi para ela uma oportunidade para pôr em prática, com todo empenho, seus desejos de perfeição e união com Deus. 

Missão de “apóstolo” da Divina Misericórdia
Em 1º de maio de 1933, Irmã Faustina fez os votos perpétuos. Sua missão de “apóstolo” da Divina Misericórdia já tinha se tornado explícita com as contínuas revelações e mensagens de Jesus: “No Antigo Testamento, Eu enviava profetas ao  Meu povo com ameaças. Hoje estou enviando-te a toda a humanidade com a Minha misericórdia. Não quero castigar a sofrida humanidade, mas desejo curá-la, estreitandoa ao Meu misericordioso Coração”.

A fervorosa Irmã se entregou, com todo o empenho de sua alma, a essa importante missão, apesar de sentir em si tanta incerteza e incapacidade. “Secretária do Meu mais profundo mistério”, foi o título dado por Jesus à sua “apóstolo” da Misericórdia Divina.

Graças que excedem os nossos pedidos
Depois de várias estadas em hospitais, para tratamento de tuberculose, Irmã Faustina retornou ao convento. Por fim, entregou sua heroica alma a Deus, no dia 5 de outubro de 1938, com apenas 33 anos de idade.

Canonizada por João Paulo II, em 30 de abril de 2000, Santa Faustina ilumina o nosso século com sua missão e vida. A devoção e o conhecimento da Misericórdia, assim como o testemunho de sua insigne virtude, se espalham hoje pelo mundo inteiro.
(Irmã Monica Erin MacDonald, EP, Revista Arautos do Evangelho, Out/2009, n. 94, p. 34 à 37)
 
A Festa da Divina Misericórdia AUTOR: PROF. LEONARDO BARRAZA Decrease Increase
A imagem de Jesus Misericordioso tem sua origem na visão que Santa Faustina Kowalska teve em 22 de fevereiro de 1931, conforme registrou ela no Diário:

À noite, quando me encontrava na minha cela, vi Nosso Senhor vestido de branco. Uma das mãos erguida para a bênção, e a touca tocava-lhe a túnica, sobre o peito. Da túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e o outro pálido. […] Logo depois, Jesus me disse: “pinta uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: ‘Jesus, eu confio em Vós’. Quero que essa imagem […] seja benzida solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia”.

Entretanto, uma das características dessa Imagem de Jesus são os dois raios, cujo significado foi por Ele esclarecido: “O raio pálido significa a água que justifica as almas; o raio vermelho significa o sangue que é a vida das almas. […] Feliz aquele que viver à sua sombra”. Com efeito, disse ainda a Faustina o Divino Mestre: “Por meio desta Imagem concederei muitas graças às almas. Ela deve lembrar as exigências da Minha misericórdia, porque mesmo a fé mais forte de nada serve sem as obras”.

A Festa da Misericórdia Divina
Manifestou Jesus a Faustina: “Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja benta solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia”. Ademais, disse-lhe Jesus: “Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores”. Além disso, em outro trecho do Diário, Faustina registrou outras eloqüentes palavras que Jesus lhe dissera: “As almas se perdem, apesar da Minha amarga Paixão. Estou lhes dando a última tábua de salvação, isto é, a Festa da Minha misericórdia. Se não venerarem a Minha misericórdia, perecerão por toda a eternidade”.

O Terço da Misericórdia Divina
Nesse sentido, Nosso Senhor ensinou a Faustina como rezar o Terço da Misericórdia Divina, piedosa prática para aplacar a ira de Deus.
“Essa oração serve para aplacar a Minha ira. Tu a recitarás por nove dias, por meio do Terço do Rosário, da seguinte maneira: Primeiro dirás o Pai Nosso, a Ave Maria e o Credo. Depois, nas contas do Pai Nosso, dirás as seguintes palavras: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro”. Nas contas da Ave Maria rezarás as seguintes palavras: “pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro”. No fim rezarás três vezes estas palavras: “Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.

Venerar a Hora da Misericórdia de Deus
Aliás, Nosso Senhor ensinou a Faustina uma diferente devoção: venerar a hora de Sua morte: “Todas as vezes que ouvires o bater do relógio às três horas da tarde deves mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-a e glorificando-a. Implora a onipotência dela em favor do mundo inteiro, e especialmente dos pobres pecadores, porque nesse momento [a misericórdia] foi largamente aberta para toda a alma”.

Nosso Senhor chegou assim a detalhar uma forma de praticar esse ato de piedade: “Minha filha, procura rezar, nessa hora, a Via Sacra, na medida em que te permitirem os teus deveres, e se não puderes fazer a Via Sacra, entra, ao menos por um momento na capela, e adora o Meu Coração, que está cheio de misericórdia no Santíssimo Sacramento. Se não puderes sequer ir à capela, recolhe-te em oração onde estiveres, ainda que seja por um breve momento”.

Elevada à honra dos altares
João Paulo II procedeu à sua beatificação em 18 de abril de 1993, e posteriormente a canonizou em 30 de abril de 2000. Posteriormente, nesse mesmo ano, o Pontífice instituiu a Festa da Divina Misericórdia, a ser comemorada liturgicamente no domingo que se segue à Páscoa. Esse foi pedido por Nosso Senhor a Santa Faustina, que do Céu viu concretizar o desejo que manifestara quando ainda vivia neste mundo: “A glorificação da Tua misericórdia, ó Jesus, é a missão exclusiva da minha vida”.

Fonte: Diário (a Misericórdia Divina na minha alma), Santa Maria Faustina Kowalska, edição brasileira feita pela Congregação dos Padres Marianos, Curitiba, 1995.

Diário da Misericórdia de Santa Faustina
Parágrafo: 1351
Jesus, meu modelo perfeitíssimo, com o olhar fixo em Vós irei pela
vida seguindo os Vossos passos, adaptando a natureza à graça
segundo a Vossa santa vontade e aquela luz que ilumina a minha 
alma, totalmente confiante em Vosso auxílio




 

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